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Menos Dólares, Mais Soberania: O Plano BRICS - Saiba Por Que Isso Incomoda Washington.

  • Foto do escritor: Ana Maria G
    Ana Maria G
  • 8 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 10 de ago.

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O Brasil já está testando o Drex, sua moeda digital oficial. Outros países dos BRICS, como China e Índia ,também avançam com moedas digitais próprias e tecnologias financeiras inovadoras. Esses avanços não são apenas técnicos. Eles fazem parte de uma estratégia global para reduzir a dependência do dólar e criar um novo sistema financeiro internacional. Uma das consequências mais diretas pode ser a redução dos empréstimos que esses países fazem ao governo dos Estados Unidos.


A dívida dos EUA e a dependência externa

Atualmente, os Estados Unidos acumulam uma dívida pública superior a 35 trilhões de dólares. Desse total, mais de 7 trilhões correspondem à dívida externa, ou seja, dinheiro emprestado por outros países. Isso acontece porque os EUA gastam mais do que arrecadam. Para cobrir esse déficit, o governo norte-americano emite títulos da dívida que são comprados por países como China, Índia, Brasil e outros.

Esse modelo permitiu que os EUA mantivessem um alto padrão de consumo e influência global, mas criou uma dependência constante de capital estrangeiro. Com o surgimento de uma moeda própria do BRICS, essa dependência pode começar a ruir.


Por que os BRICS podem parar de emprestar dinheiro aos EUA

Diversificação das reservas internacionaisOs países do BRICS estão reduzindo suas reservas em dólar. Em vez disso, estão acumulando ouro, moedas digitais próprias e outras moedas fortes, diminuindo sua exposição ao risco americano.

Desconfiança no sistema fiscal dos EUA A dívida crescente e os constantes impasses políticos em Washington geram insegurança. Os BRICS consideram arriscado continuar financiando esse sistema.

Foco no fortalecimento interno Em vez de enviar recursos para financiar o déficit americano, os BRICS querem investir em suas próprias economias. Isso inclui infraestrutura, tecnologia e sistemas financeiros soberanos.

Redução da influência dos EUA Parar de emprestar dinheiro aos Estados Unidos é também uma decisão estratégica. Os BRICS buscam maior protagonismo global e menos dependência de Washington.

Consequências para os Estados Unidos

Se os BRICS diminuírem seus empréstimos, os EUA poderão enfrentar vários impactos:

  • O governo (EUA),terá que pagar juros mais altos para atrair novos investidores

  • Pode haver cortes em programas públicos e aumento do endividamento interno

  • O dólar pode perder força no comércio internacional e como moeda de reserva global


    O que melhora ao não usar o dólar?


  • Soberania financeira Ao utilizar suas próprias moedas digitais, os países do BRICS ganham controle sobre suas políticas monetárias e não ficam sujeitos às decisões do Federal Reserve, o banco central dos EUA, que afetam diretamente as moedas locais quando mexe em juros e liquidez.

  • Proteção contra sanções Com a blockchain dos BRICS, as transações ficam fora do alcance do sistema financeiro ocidental. Isso reduz o impacto de sanções econômicas e financeiras impostas unilateralmente a países como a Rússia.

  • Redução de custos e agilidade As operações financeiras tradicionais envolvem várias etapas, conversões de moeda e taxas elevadas. O uso da blockchain permite transações rápidas, com custos muito menores e sem intermediários.

  • Transparência e segurança A tecnologia blockchain registra todas as transações de forma pública, segura e auditável, aumentando a confiança entre os países e facilitando o comércio.

O Drex já está sendo testado no Brasil

No Brasil, o Drex, a moeda digital do Banco Central, já está em fase avançada de testes. Desde 2023, o Banco Central realizou pilotos controlados para validar o funcionamento da tecnologia em operações reais, como a liquidação de ativos tokenizados e pagamentos entre instituições financeiras.

A criação de uma moeda dos BRICS e o avanço das moedas digitais estatais representam uma mudança profunda na ordem financeira global. Ao deixar de financiar a dívida dos Estados Unidos, os BRICS não apenas protegem suas economias, mas também desafiam diretamente a hegemonia do dólar. Essa transição pode inaugurar uma nova era de equilíbrio entre os blocos econômicos do mundo.

Não é um corte radical do dia para a noite, mas uma estratégia gradual para reduzir a influência do dólar, aumentando a autonomia financeira e resistindo a pressões externas.


Artigo escrito por Ana Maria Galbier, cientista política e fundadora do GlobalOlhar.

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