O BRICS e a Alternativa Frente ao Dólar(?)
- Ana Maria G
- 28 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de ago.

O mundo está mudando, e rápido. As tensões geopolíticas, os conflitos militares e a instabilidade econômica global estão abrindo espaço para novos blocos de poder. Um deles é o BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que se reúne agora em julho de 2025 no Rio de Janeiro, sob liderança brasileira.
Entre os principais assuntos da cúpula, um se destaca: a proposta de criação de uma moeda comum para o BRICS. O objetivo? Reduzir a dependência do dólar americano e criar um sistema financeiro alternativo, mais alinhado com os interesses do Sul Global.
Por que uma nova moeda?
O dólar é a principal moeda do comércio internacional. Isso dá aos Estados Unidos um poder desproporcional na economia global , inclusive para aplicar sanções ou influenciar taxas de juros mundiais.
A nova moeda do BRICS pretende:
Facilitar o comércio entre os países do bloco;
Evitar o uso do dólar em acordos bilaterais;
Fortalecer a autonomia econômica do grupo.
Crescimento das Economias do BRICS
Apesar de fazerem parte do mesmo bloco, os países do BRICS têm realidades econômicas muito diferentes. Veja abaixo os dados estimados de crescimento do PIB em 2025:

Índia e China lideram com altas taxas de crescimento. Brasil, Rússia e África do Sul crescem de forma mais modesta.
Esse contraste mostra o desafio de criar uma moeda comum: é preciso alinhar interesses e ritmos econômicos muito distintos.
E o papel do Brasil?
Como anfitrião da cúpula, o Brasil tem a chance de assumir uma posição de liderança no debate internacional. Ao mesmo tempo, precisa agir com equilíbrio:
Mantém fortes relações comerciais com a China (principal parceira);
Mas também depende de investimentos e alianças com EUA e Europa.
Por isso, a diplomacia brasileira aposta em uma postura de mediação e pragmatismo, defendendo um mundo multipolar onde o país possa ter mais protagonismo e soberania.
Conclusão
A proposta de uma moeda comum no BRICS ainda está em estágio inicial, mas já representa uma mudança de visão global. O bloco quer ser mais do que coadjuvante: quer reformar a lógica atual de poder e mostrar que outras economias também podem ditar regras.
O Brasil, nesse cenário, tem a chance de decidir:
Vai liderar um novo tempo? Ou vai seguir dependente das mesmas potências de sempre?
Ana Maria G., cientista política e autora do site.







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