A Independência da Submissão
- Ana Maria G
- 7 de set.
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No 7 de Setembro, data em que o Brasil celebra sua soberania, um grupo de bolsonaristas resolveu exibir com orgulho uma bandeira gigante dos Estados Unidos. Nada mais irônico: no dia em que deveríamos reafirmar a nossa independência, eles resolveram declarar dependência.
Esses autoproclamados “patriotas” transformaram o verde e amarelo em figurante, para exaltar o vermelho, branco e azul. É como se gritassem “Independência ou Morte!”… mas com sotaque estrangeiro.
O gesto não é inocente. Ele expõe o que sempre esteve por trás do discurso: não é amor ao Brasil, mas submissão a um modelo importado, uma cópia malfeita do trumpismo. Enquanto heróis da pátria derramaram sangue por nossa soberania, esses falsos patriotas preferem estender o tapete vermelho para outra bandeira.
E aqui está a verdade que dói no ego deles: quem ergue a bandeira de outro país no Dia da Independência não é patriota ,é vassalo. Não é herói , é figurante de segunda categoria num enredo que nem é nosso.
O Brasil não precisa de colonizadores de estimação. Precisa de brasileiros de verdade.
E, olhando pelo lado político e simbólico, ainda existe uma tentativa de golpe em andamento , só que hoje ela é mais difusa, menos explícita que em 8 de janeiro.
Funciona assim:
Narrativa permanente: manter viva a ideia de que as instituições brasileiras são “ilegítimas” ou “vendidas”, deslegitimando eleições e STF.
Culto a símbolos externos (como a bandeira dos EUA): mostra que o grupo ainda se inspira em modelos golpistas de fora (Trump/Capitólio).
Pressão social contínua: manifestações, discursos e símbolos vão alimentando a base para, se surgir oportunidade, tentar de novo virar o jogo.
Revisão da história: transformar o 8 de janeiro em “ato democrático” ou “protesto legítimo” é parte de manter a chama golpista acesa.
Ou seja: não há tanques na rua, mas há uma tentativa contínua de manter viva a atmosfera de golpe. É um projeto político de longo prazo, não um ato isolado.
Escrito por Ana Maria Galbier, cientista política fundadora desse site.
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