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Geopolítica em xadrez: estaria nascendo um Tratado de Tordesilhas moderno?

  • Foto do escritor: Ana Maria G
    Ana Maria G
  • 15 de ago.
  • 1 min de leitura
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Essa reunião entre Putin e Trump no Alasca me chamou atenção porque, olhando de perto, pareceu mesmo um “Tratado de Tordesilhas moderno”. Dois líderes sentados à mesa discutindo guerra, influência e territórios, enquanto o principal afetado, Zelensky, ficou de fora.

Isso mostra um padrão antigo que se repete. Assim como em 1494, quando Espanha e Portugal traçaram uma linha no mapa e dividiram o mundo sem consultar os povos que viviam ali, hoje vemos Rússia e Estados Unidos tratando do destino da Ucrânia sem dar a Kiev o direito de opinar.

E aí surge a pergunta: que soberania sobra para um país quando as decisões sobre o seu futuro são tomadas longe dele, em encontros fechados, e por líderes que veem a guerra como jogo de poder e negócio?

O fato de Zelensky não ter cadeira nessa mesa enfraquece ainda mais sua posição. Ele já enfrenta o avanço russo e uma dívida externa que cresce a cada mês. Agora vê também que o diálogo entre as grandes potências acontece sem sua presença.

A comparação com o Tratado de Tordesilhas ajuda a entender. Antes eram impérios coloniais dividindo mares e terras. Hoje são potências nucleares pensando em energia, recursos naturais e portos estratégicos. Mas o efeito é parecido: quem vive no território pouco é ouvido.

A reflexão que fica é se a Ucrânia vai conseguir escapar desse destino de ser tratada como simples moeda de troca. Talvez a maior perda não seja só de terras, mas da autonomia de escolher o próprio caminho.


Escrito por Ana Maria Galbier, cientista política e fundadora do site GlobalOlhar.com

 
 
 

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