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Irã x EUA: Quando a História Explica o Presente

  • Foto do escritor: Ana Maria G
    Ana Maria G
  • 27 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de jul.

Imagem I.A Meta
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Ao longo das últimas décadas, a tensão entre o Irã e os Estados Unidos tornou-se uma das principais forças moldadoras do cenário geopolítico do Oriente Médio. Mas para compreender a raiz do antagonismo iraniano, é preciso ir além das manchetes e observar os eventos históricos que alimentaram esse ressentimento.


O ponto de ruptura mais simbólico talvez tenha sido em 1953, quando a CIA (Operação Ajax), em uma operação secreta, ajudou a derrubar o primeiro-ministro democraticamente eleito do Irã, Mohammad Mossadegh. O crime dele? Nacionalizar o petróleo iraniano, até então controlado por empresas britânicas e, por extensão, interesses ocidentais. Em seu lugar, os EUA apoiaram o regime autoritário do xá Reza Pahlavi, que governou com mão de ferro até ser deposto na Revolução Islâmica de 1979. Desde então, para muitos iranianos, os EUA deixaram de ser uma democracia defensora da liberdade e passaram a representar o imperialismo, a intervenção estrangeira e a manipulação de soberanias.


Avançando para o presente, a animosidade aumentou ainda mais diante da relação estreita entre os EUA e Israel que são inimigos declarado do Irã. A política externa americana, muitas vezes guiada por interesses estratégicos e econômicos, tem sido criticada por favorecer unilateralmente Israel, mesmo diante de conflitos armados e violações do direito internacional.

Em meio a essa tensão, quando os EUA intervêm direta ou indiretamente em conflitos envolvendo o Irã e Israel , como fornecimento de armas, sanções unilaterais ou presença militar na região ,levanta-se uma pergunta incômoda, mas necessária: até que ponto essa intervenção é legal? A Carta das Nações Unidas, base do direito internacional, estabelece que nenhum país pode usar força militar contra outro sem autorização do Conselho de Segurança, a não ser em casos claros de legítima defesa.


No entanto, o histórico recente mostra que os EUA muitas vezes agem de forma unilateral, desconsiderando organismos multilaterais e, assim, violando normas internacionais sob o pretexto de "segurança nacional" ou "luta contra o terrorismo".

Não se trata de defender o regime iraniano ou ignorar suas próprias falhas e autoritarismos, mas de questionar o direito que uma potência tem de intervir em nome de seus próprios interesses, às custas da estabilidade de outras nações. A crítica iraniana aos EUA não é apenas ideológica ou religiosa — é histórica, política e legal.

A reflexão que fica é: se o mundo permitir que as regras internacionais sejam dobradas por superpotências, que segurança resta para as nações menores? E se a paz for sempre moldada pelos interesses de quem tem mais armas, o que sobra da justiça?



Este artigo foi escrito por Ana Maria G , e publicado originalmente no Medium em 23/06/2025: Irã x EUA: Quando a História Explica o Presente | by Ana Maria Galbier | Jun, 2025 | Medium

 
 
 

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