Zelensky: Quanto Mais Defende a Ucrânia, Mais se Afunda em Dívidas
- Ana Maria G
- 15 de ago.
- 2 min de leitura

A Ucrânia está chegando num ponto sem volta. Segundo o FMI, em 2025 a dívida pública pode bater 104% do PIB. E o detalhe é que mais de 70% disso é dívida externa, que vai direto para bancos como Banco Mundial, União Europeia e, claro, os Estados Unidos. Ou seja, quanto mais Zelensky insiste em bancar a guerra contra a Rússia, mais a independência econômica do país vai ficando comprometida.
Pra completar, em abril de 2025 saiu um acordo dando aos americanos acesso preferencial aos minerais estratégicos da Ucrânia, inclusive terras raras, por 10 anos. Oficialmente falam em “reconstrução” e “segurança”. Mas na prática significa que parte da riqueza natural do país já está comprometida antes mesmo da guerra acabar.
A história se repete
Isso não é novidade. Nos anos 80 os EUA financiaram a resistência no Afeganistão contra os soviéticos, mas depois largaram o país arrasado e dependente. No Irã–Iraque, a guerra foi esticada ao máximo e rendeu bilhões em venda de armas. Agora a Ucrânia parece seguir o mesmo roteiro, só que ainda pior, porque está hipotecando recursos naturais inteiros para bancar a guerra.
Trump, Putin e o “business”
O encontro recente entre Trump e Putin só reforça a ideia de que a Ucrânia é tratada como negócio. Segundo o Wall Street Journal, o cálculo é simples: deixar Kiev se afundar em dívidas, manter o conflito em fogo baixo e depois negociar território ou influência. O problema é que nessa mesa de jogo a Ucrânia nem cadeira garantida tem.
E a população dos territórios ocupados?
Aqui está o ponto mais delicado. Se a Ucrânia cedesse oficialmente Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson, a população passaria a viver sob regras de Moscou. Isso inclui moeda russa, passaporte russo e leis russas. Quem se identifica com a Ucrânia provavelmente seria perseguido ou acabaria fugindo, gerando uma crise humanitária.
Mas também existe outra saída. Em vez de ceder tudo, poderia se pensar em acordos de cooperação, principalmente em áreas portuárias. Algo que permitisse dupla cidadania, preservação da cultura ucraniana e até presença internacional para garantir direitos. Exemplos existem: Hong Kong viveu um arranjo parecido entre Reino Unido e China. A Bósnia conseguiu sobreviver com os Acordos de Dayton. Não seria perfeito, mas poderia evitar que milhões de pessoas sejam tratadas como “perdidas” nessa disputa.
O que Zelensky poderia fazer
O único movimento que faria diferença seria Zelensky negociar direto com Putin, em silêncio, sem a tutela dos aliados ocidentais. Um cessar-fogo acompanhado de acordos de exploração conjunta de recursos poderia evitar que a Ucrânia vire apenas uma colônia de dívidas dos EUA e da Europa. Camp David mostrou que inimigos históricos podem chegar a um ponto de paz. Nixon e Mao também provaram que até rivais ideológicos conseguem mudar o rumo da história.
Zelensky está diante da maior escolha da vida dele. Ou mantém a guerra, afunda a Ucrânia em dívidas e entrega os recursos para potências externas, ou tenta um caminho arriscado de negociação que pode preservar o futuro do país. A história mostra que não é impossível. Mas o tempo não joga a favor dele.
Artigo escrito por Ana Maria Galbier, cientista política e fundadora do site GlobalOlhar.com







Comentários