A política tem lados. A democracia, regras.
- Ana Maria G
- 3 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de ago.

Em tempos de polarização, onde cada lado tenta se impor como o único certo, é preciso lembrar de algo básico: política é feita de ideias e disputas legítimas. Democracia, por outro lado, é construída sobre regras, limites e respeito.
Direita e esquerda são forças legítimas. Pensam diferente, e está tudo bem. É esse pluralismo que sustenta o sistema democrático. O problema começa quando uma ideologia vira desculpa para ultrapassar os limites da lei, da convivência e do bom senso.
O voto dá poder, mas não dá salvo-conduto
Ser eleito pelo povo dá autoridade para governar, mas não dá permissão para atacar instituições, descredibilizar eleições, afrontar o Judiciário ou insuflar seguidores contra a democracia. É isso que têm feito extremistas da extrema direita, ligados a ex-presidente, que tentam empurrar o país para o caos sob o pretexto de patriotismo.
A Suprema Corte(STF), ao contrário do que muitos espalham, não age por vontade própria. Ela só se manifesta quando provocada por quem tem legitimidade: partidos, Ministério Público, Presidência, governadores, tribunais. Tudo dentro da legalidade. Nenhum líder, por mais popular que seja, está acima da Constituição. Nenhum cidadão, por mais indignado que esteja, tem o direito de agir como juiz, executor e legislador ao mesmo tempo. E muito menos parlamentares que deixam o Brasil para trabalhar contra ele lá fora, traindo o voto que receberam.
Democracia não é só votar
É também respeitar o resultado da urna, cumprir as leis e proteger as instituições que garantem a estabilidade do país. Isso não é submissão, é maturidade política.
Quem se sente injustiçado tem por onde lutar
A democracia oferece caminhos: tribunais, partidos, imprensa, participação política. Lutar por justiça é legítimo. Mas não se pode confundir luta com ataque. Destruir o Estado de Direito nunca será solução.
A lei vem antes da vontade
Hans Kelsen dizia: democracia é o governo das leis, não dos homens. Quando alguém tenta se impor pela força, ignora decisões judiciais ou quer acabar com as instituições, não está defendendo justiça. Está atacando o pacto social que garante nossa convivência e nosso futuro como nação.
O Brasil sabe o preço da democracia
O país já sangrou demais para aprender isso. Não aceitará retrocessos. Justiça, Congresso, Supremo, imprensa livre e Constituição são os pilares da nossa república. E quem tentar romper com isso encontrará resistência firme.
Defender a democracia não é missão de um ou outro lado. É um dever coletivo, de todos que querem viver em um Brasil livre, justo e soberano.
Porque no fim das contas, não importa se é de direita ou de esquerda: a regra é para todos, a lei é para todos, e a democracia tem regras e deveres que valem para todos.
Artigo escrito por Ana Maria Galbier, cientista política e fundadora do site GlobalOlhar.
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crédito da imagem : site pixabay







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